CASA MUSEU 18 DE JANEIRO DE 1934

Estava-se no início de 1934. Com o mudar do ano, entra em vigor o Estatuto Nacional do Trabalho, fascista, e os sindicatos livres eram oficialmente proibidos, dando origem a outros, subjugados ao poder corporativo.
Por todo o País, os trabalhadores combatem a fascização dos sindicatos e convocam para 18 de janeiro uma greve geral revolucionária, com o objetivo de derrubar o governo de Salazar.
A insurreição falha, mas na Marinha Grande os operários vidreiros tomam o poder. Apenas por algumas horas, é certo, pois a repressão esmagaria a revolta.
No resto do País, esperavam-se ações iguais, mas em nenhum outro lado se repetiu o gesto dos operários marinhenses.
Apesar de fracassada, a revolta dos trabalhadores vidreiros fica na história como um momento alto da resistência ao fascismo. E deixou sementes, que germinaram numa manhã de abril, precisamente quatro décadas depois.
Contrariamente ao que sucedeu nas restantes localidades no dia 18 de janeiro de 1934, na Marinha Grande os objetivos da greve geral revolucionária foram cumpridos: os operários tomaram o poder. Cercada a vila e cortados os acessos, os trabalhadores marinhenses ocuparam os Correios e o posto da GNR.
Derrotado o levantamento popular, começaram as perseguições e as capturas aos dirigentes sindicais, na sua maioria comunistas.
Na noite de 18 e nos dias seguintes, varreram toda a região, casa a casa. Nem o Pinhal de Leiria ficou por varrer.