LARGO DA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO – ANTIGA ESTAÇÃO DOS CTT

As primeiras comunicações por correspondência entre a Marinha Grande e o exterior, de forma regular, datam de 1854.

Algum tempo antes, no dia 1 de julho de 1853, tinham sido postos em circulação os primeiros selos de correio, para serem apostos sobre a correspondência como forma de pagamento de portes por parte do remetente, uma vez que, antes, as taxas de porte eram pagas pelo destinatário.

Com um movimento a nível nacional que partiu de Lisboa, eclodindo em vários locais onde os trabalhadores já se tinham organizado sindicalmente, a greve geral convocada para a madrugada do dia 18 de janeiro de 1934, viria a abalar as resistências do Estado Novo.

A clandestinidade era íntima do silêncio e toda a preparação da revolução proletária seria organizada dentro dos postos de trabalho ou nas próprias residências dos trabalhadores, que transportavam a organização de boca a boca, com todas as precauções que a ditadura impunha.

O Estado Novo consolida-se em 1933 e 34. Extingue os sindicatos livres. A crise de desemprego, os miseráveis salários e a ausência total de liberdade eram incentivo mais que suficiente para a reorganização de ações revolucionárias que se iam verificando em vários locais. Foi dentro deste espírito que as forças reorganizadas pela Comissão Intersindical e pelo Partido Comunista Português começaram a preparar o golpe de janeiro de 1934.

O movimento 18 de janeiro de 1934 em marcha em vários pontos do país, é na Marinha Grande, através da já longa experiência dos trabalhadores vidreiros em outras ações revolucionárias, que encontra um ambiente e um espírito ideal para a consumação da vitória.

Grupos de operários dominam o quartel da Guarda Nacional republicana, a linha de caminho de ferro é cortada à entrada da Marinha Grande e no alto do Valeirão são derrubados muitos pinheiros para impedir o acesso dos militares que viriam certamente de Leiria. Cortam-se as comunicações e ocupa-se a estação dos correios.

Exaustos, os trabalhadores cedem à força das tropas de Infantaria 7 e Artilharia 4 de Leiria e da PVDE, que empurram toda a gente até à praça principal, pondo fim ao sonho.

Depois foi a debandada, com centenas de pessoas a fugir e a refugiar-se no Pinhal de Leiria, a prisão e o desterro que tocou a muitos.

Texto de Gabriel Roldão (adaptado)

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