NACIONAL FÁBRICA DE VIDROS DA MARINHA GRANDE

O nome de Nacional Fábrica de Vidros da Marinha Grande aparece assim mencionado pela primeira vez, numa portaria datada de 20 de Junho de 1896, que se refere à rescisão do contrato de arrendamento da fábrica com a parceria liderada por Jorge Croth.

Contudo, em termos oficiais, o nome de Nacional Fábrica de Vidros só passaria a vigorar a partir da Implantação da República, provavelmente depois de Novembro de 1910 por determinação do Governo Provisório.

Depois de arrendamentos sucessivos e sempre dramáticos, através do Decreto-Lei número 12.740 de 26 de Novembro de 1926, e por proposta do Ministro de Todas as Repartições, determina-se que a exploração da Nacional Fábrica de Vidros passe a ser feita através de um administrador em nome do Estado.

De conceito inovador, esta medida previa que tomasse parte da administração um inspetor da área de engenharia industrial, um operário da fábrica, um delegado da Direção Geral dos Serviços Florestais, um delegado da 8.ª Repartição da Direção Geral da Contabilidade Pública e um vereador da autarquia, para além do administrador nomeado.

Foi para o efeito elaborado um regulamento administrativo pelo decreto-lei n. 15716, de 5 de Janeiro de 1928, no qual são perfeitamente definidas as responsabilidades de cada elemento, quer administrador ou ainda de qualquer outro da "comissão administrativa" criada para o efeito.

É certo que o administrador nomeado já se encontrava na Marinha Grande ao serviço da Nacional desde 27 de Junho de 1924 para obviar à falta de um regime de ordem dentro da empresa que estava apeada de rendeiros.

O engenheiro Acácio de Calazans Duarte, que esteve à frente dos destinos da Nacional de 27 de Junho de 1924 até 18 de Agosto de 1966, manteve a fábrica em regular produção estando, digamos, quase sempre, garantidos os salários aos trabalhadores.

Aqui valeram, em muitas ocasiões de grande dificuldade, as ajudas externas, recolhidas a pedido do engenheiro Calazans Duarte junto de alguns amigos, nomeadamente do ilustre médico Dr. Manuel Francisco Alves que, muitas vezes garantiu a jorna aos trabalhadores com os seus empréstimos.

Este período teria o seu fim em Abril de 1966, com a entrega do comando da fábrica ao Instituto Nacional de Investigação Industrial, que lhe passaria a chamar Fábrica Escola Irmãos Stephens.

Texto de Gabriel Roldão (adaptado)

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