RESIDÊNCIA DO CONSELHEIRO TAIBNER DE MORAIS

Joaquim Taibner de Morais nasceu na Marinha Grande, em 10 de agosto de 1840.
Bacharel em Direito e com formação em Economia, foi alto funcionário do Ministério das Finanças.
Nos primeiros dias de janeiro de 1891 toma posse do cargo de Governador Civil do Porto, ficando alguns dias depois, diante de um grave problema social e político, com a revolução do 31 de janeiro.
Após tentativa de se estabelecer uma ligação territorial de Angola a Moçambique, dando cumprimento ao projeto consagrado pela Regeneração, sonhando com a instauração da África Meridional Portuguesa a que se viria a chamar o "Mapa Cor de Rosa", Portugal viu-se confrontado com o Ultimato Inglês, transmitido ao governo em 11 de janeiro de 1890.
A opinião pública dividia-se entre as críticas ao poder Britânico e ao Governo Português. Se, por um lado, se criticava duramente o ultimato, também se repudiava a manifesta incapacidade da diplomacia do governo, chefiado pelo Regenerador Serpa Pimentel.
A primeira medida acionada pelo governo português a 14 de janeiro de 1890 foi aprovar uma nova lei de imprensa de forma a silenciar as correntes de opinião. Logo após a entrada em vigor desta nova Lei de Imprensa, celebra-se pela primeira vez o 1º de maio em Portugal. Por outro lado, o Partido Republicano Português já devidamente organizado, começa a organizar o movimento que eclodiu no Porto no dia 31 de janeiro de 1891, a primeira tentativa de implantação da República.
Na Praça de D. Pedro, na cidade do Porto, Alves dos Reis, líder do movimento, proclama o futuro elenco para um governo provisório republicano. A ação realizada de forma desordenada seria facilmente dominada pela Guarda Municipal, que Joaquim Taibner de Morais manda avançar, na qualidade de Governador Civil do Porto.
Taibner de Morais foi agraciado por diversas vezes. Monárquico convicto, mereceu também a atenção do Rei D. Carlos pela forma como defendeu a causa Real. No ano seguinte, em 21 de agosto de 1892, D. Carlos com a Família Real, visita a Real Fábrica de Vidros, a convite dos seus administradores.
O Comendador Taibner de Morais aproveitou a oportunidade para renovar a D. Carlos o pedido de restabelecimento do concelho da Marinha Grande, que tinha sido criado por decreto de 6 de novembro de 1836 e que já havia merecido uma petição apresentada pela Junta da Paróquia em 10 de setembro de 1890.
A Marinha Grande, que não passava de uma aldeia, foi elevada à categoria de vila pouco dias depois desta visita.
Em 1895, Joaquim Taibner de Morais colaborou na elaboração do novo Código Administrativo. Faleceu em 1904, na bonita casa que mandou construir no largo D.Dinis, na Marinha Grande. Hoje a "Residência Taibner de Morais" é o palco do Museu Joaquim Correia inaugurado no dia 5 de dezembro de 1998.
Texto de Gabriel Roldão (adaptado)