RUA 18 DE JANEIRO – SOPA DOS POBRES

"Sopa dos Pobres" foi durante algumas décadas uma organização de apoio social à imensa pobreza que caracterizava a Marinha Grande até aos anos 50 do século XX.

Já nos finais do século XIX, as crises permanentes na indústria vidreira, levavam a fome a muitos lares. O recurso a esta casa que fornecia diariamente a sopa quente a todos aqueles que necessitavam, era parcialmente a solução de gravíssimos problemas sociais.

Para essa ação se tornar eficiente, a administração da Real Fábrica de Vidros cedeu graciosamente um espaço, com porta aberta para a antiga Rua Dr. Manuel Francisco Alves, em frente do entroncamento da Rua do Montepio, onde a refeição diária era confecionada e distribuída ou servida em mesas corridas, pela hora do almoço, aos pobres e desafortunados que se abeiravam do local.

Geralmente era a mãe de família em dificuldades, quem se deslocava diariamente à "Sopa dos Pobres", de panela com arco pela mão, para recolher aquilo que certamente representava toda a alimentação diária da família.

As despesas eram parcialmente suportadas pela Junta da Paróquia e, depois de criado o concelho da Marinha Grande, em 1917, passaram a sê-lo pela Câmara Municipal.

Para além dessa ajuda, havia uma comissão de senhoras que se encarregava da gestão, organização e da contribuição financeira complementar através duma quotização mensal. Entre estas senhoras, sempre se destacou a esposa do Dr. Manuel Francisco Alves, Maria da Conceição Amaro Alves que, para além de fundadora da "Sopa dos Pobres", era também quem suportava a maior parte das despesas, enquanto a Joaquina, se encarregava da confeção da "Sopa", já no período final da existência desta instituição.

Esta senhora, conhecida por "Joaquina da Sopa", já nos anos finais desta instituição, jovem cozinheira de profissão, foi exemplo de dedicação meritória à sociedade mais necessitada, embora reconhecida de forma distraída no seu tempo. Foi necessário que se passassem muitos anos, para que, através de um movimento popular - quem sabe se de alguns que comeram a sopa quente naquela casa - se decidisse colocar o seu nome numa pequena Rua do lugar da Portela.

Joaquina Esperança de seu nome, nasceu no lugar da Estação, em 7 de Julho de 1920.

Esta casa, conhecida por "Sopa dos Pobres", manteve-se em funcionamento até depois de ter terminado a 2.ª Guerra Mundial, arrastando-se em benemerência até meados do século XX.

Texto Gabriel Roldão (adaptado)

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