RUA ALBERTO NERY CAPUCHO

Alberto Nery Capucho é mais um daqueles exemplos de cidadão notável que à Marinha Grande ofereceu o melhor da sua capacidade e saber, numa manifestação de grande dignidade e solidariedade.
Quando o Professor Capucho aqui chegou em 1931, para lecionar desenho na Escola Industrial, certamente já conhecia a Marinha Grande.
Durante o tempo que passou como professor da Escola Afonso Domingues, em Lisboa, teve oportunidade de conhecer o engenheiro Calazans Duarte, de quem se tornou amigo. Crê-se que por essa razão terá pedido a sua transferência para a Escola Industrial da Marinha Grande, criando uma enorme afetividade pela nossa terra.
A sua simplicidade e diálogo fácil, rapidamente o aproximaram de novos amigos, tomando parte numa tertúlia não só de pessoas cultas como ainda das figuras consideradas mais importantes na vila. O desempenho pedagógico que pôs em prática no seio da Escola Industrial, a par de características invulgares como grande desenhador e pintor, criaram à sua volta uma auréola de justíssima fama que era sublinhada pela amizade e imenso respeito que a população da vila lhe dedicava.
Capucho estudou pintura em Lisboa, na Escola das Belas Artes onde teve como mestre Veloso Salgado. Foi um pintor naturalista de reconhecido mérito por Fernando Pamplona no seu "Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses".
Após ter vindo para a Marinha Grande dedicou-se com muito empenho às artes de criar novas peças e à decoração do vidro através da pintura a fogo. A força da sua escola, adaptada ao vidro, bem apreendida Nacional Fábrica de Vidros, que tiveram a arte e o engenho para criarem algumas das um grande número de pintores das mais bonitas peças pintadas, jamais igualadas na indústria vidreira da Marinha Grande
Foi também no teatro que deu largas à sua imaginação como pintor, os cenários e caracterizações para algumas das mais representativas peças do teatro produzindo os cenários e caracterizações para algumas das mais representativas peças de teatro local, como o foram "Cantigas leva-as o vento", "Marinha e as suas mulheres" e "O Amor de Cigana", em 1935, "O Pinhal do Rei", em 1936, "Um Vicente Encravado", "O Patego Olha o Balão" e "Renascer ", em 1945 e "Allo! Allo! Aqui, Marinha!", em 1946.
Para o Teatro Stephens pinta, em 1941, uma enorme alegoria à Marinha Grande e que teve como "pano de boca" cerca de 70 anos. Estão representadas nesta gigantesca pintura - a toda a largura e altura do proscénio - os elementos considerados fundamentais para representar as atividades industriais, sociais e culturais da Marinha Grande, "retrato" para a nossa história a merecer ser estudado. para identificação de todos os elementos que compõem o trabalho.
Ainda como pintor, está representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Museu-Biblioteca das Galveias (Lisboa), no Museu Municipal da Figueira da Foz e em diversas coleções particulares, como da Câmara Municipal da Marinha Grande, Governo Civil de Leiria, J. Rodrigues (Lisboa), Eng. Calazans Duarte António Morais (Herd.), Dr. Luciano Ribeiro e muitos mais.
Alberto Nery Capucho morreu na Marinha Grande em 29 de Julho de 1972 ficando o seu corpo sepultado no cemitério velho.
O nome de Rua Professor Alberto Nery Capucho foi atribuído ainda em vida do homenageado, sendo aprovado pela Câmara Municipal em 12 de Abril de 1966.
Texto de Gabriel Roldão (adaptado)