RUA ANTÓNIO GUERRA

António Guerra nasceu na Marinha Grande, onde trabalhava como empregado da fábrica de vidros Ricardo Santos Galo.
Membro do Partido Comunista Português, pertencia à direção do Comité da Região do Oeste quando fez parte do grupo que preparou e liderou a revolta de 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande.
Comandou a brigada que assaltou e tomou a estação de telégrafo e telefones e negociou a rendição do posto da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Na sequência desses acontecimentos foi preso a 27 de janeiro de 1934 pelo Comando da Polícia de Segurança Pública de Leiria e enviado para a sede da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE).
Acusado de chefiar a revolta e de ser detentor das bombas de dinamite utilizadas para tomar a Estação de telégrafo-postal, foi condenado, em Tribunal Militar Especial, a 19 de fevereiro de 1934, a uma pena de vinte anos de degredo com prisão e elevada multa.
Em setembro seguiu de barco para os Açores, com outros condenados ao degredo, para a Fortaleza de Angra do Heroísmo, onde ficou até 23 de outubro de 1936, data em que foi transferido para o Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.
A 27 de Janeiro de 1944 foi trazido para o Hospital Psiquiátrico Júlio de Matos em Lisboa.
Depois de passar alguns meses na Prisão do Aljube e de Caxias, foi enviado em maio de 1944 para a Prisão de Peniche, onde ficou até 1948, regressando, depois, ao Campo do Tarrafal.
Com a saúde altamente debilitada fruto das sevícias e torturas sofridas ao longo das sucessivas prisões, acabaria por morrer em 1948, com 35 anos.
Tinha cumprido catorze anos de degredo, dos vinte a que tinha sido condenado.